sábado, 12 de abril de 2008

Desabafo... Inverno interior


Hoje está a legítima noite de inverno, uma cerração baixa, uma garoa quase imperceptível, e um friozinho bem gostoso. A sensação que tenho é que a vida às vezes nos prega peças, nos coloca em situações que na hora não encontramos soluções rápidas, mas que depois de muito pensar com a cabeça mais fria, conseguimos analisar e ver que eram mais simples do que pensávamos.
A noite, pelo menos pra mim, tem sido minha melhor companheira, e quando ela vem junto com uma chuva então, torna-se a companhia perfeita. Sempre estranhei esse meu lado meio escuro, lado esse que gosta de estar sozinha, digo, comigo mesma durante algum tempo, sem ninguém para conversar a não ser com minha alma, procurando entender coisas que acontecem comigo e ao meu redor.
Sempre que preciso de respostas, procuro o silêncio e a solidão interior, acho que lá consigo solucionar minhas dúvidas com mais serenidade. Cansei das pessoas sempre me procurarem para falar de seus problemas e de suas dúvidas, angústias, etc...
No começo até achava legal, pois era sinal que encontravam em mim um alento para suas dores, mas depois comecei a ver por outro lado, o lado que aquilo não estava me fazendo bem, por mais que não quisesse, sempre absorvia um pouco dos problemas alheios, pois a pessoas saiam aliviadas, pois tinham desabafado e eu carregada porque tinha absorvido um pouco daquilo.
Posso parecer uma pessoas um pouco fria, mas não é isso, ainda escuto os problemas das pessoas que gosto, apesar de muitas vezes nem ligarem para os meus, mas quando vejo que o limite está sendo ultrapassado, paro por aí mesmo.
Cansei de falar das minhas queixas, de nada adianta mesmo, chega um ponto que você pára e vê, que não adianta se queixar, que nada vai mudar se você não parar e tomar uma atitude diferente diante daquilo que te incomoda. Falar dos problemas é bom, mas não continuamente, ninguém agüenta uma pessoa falando da mesma coisa o tempo todo.
Quando a noite chega trazendo com ela a chuva, aproveito para no escuro da solidão, lavar minha alma e minhas angústias, fazendo com que a água que escorre pela minha face, limpe toda a solidão e o vazio que se encontra escondido dentro do meu peito, vazio esse que insisto em esconder atrás de um sorriso forçado.

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