sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Aonde?...




Ando a chamar por ti, demente, alucinada,

Aonde estás, amor? Aonde… aonde… aonde?…

O eco ao pé de mim segreda… desgraçada…

E só a voz do eco, irônica, responde!

Estendo os braços meus! Chamo por ti ainda!

O vento, aos meus ouvidos, soluça a murmurar;

Parece a tua voz, a tua voz tão linda

Cantando como um rio banhado de luar!

Eu grito a minha dor, a minha dor intensa!

Esta saudade enorme, esta saudade imensa!

E Só a voz do eco à minha voz responde…

Em gritos, a chorar, soluço o nome teu

E grito ao mar, à terra, ao puro azul do céu:

Aonde estás, amor? Aonde… aonde… aonde?…

Florbela Espanca

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